O que eu aprendi em casa sobre representatividade na infância

Recentemente eu fui passar uns dias com minha família, em uma daquelas ocasiões em que só se quer fugir um pouco da rotina sufocante de “se virar sozinho” e tudo que você precisa é um cafuné (e matar a saudade da comida) de mamãe. Em uma noite, meu irmão mais novo, de 12 anos, me chamou para uma partida de truco e ficou responsável por colocar uma música para ouvirmos enquanto jogávamos. Imaginem só minha surpresa quando olhei para a TV e o clipe que ele tinha colocado era esse aqui:

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É hora de pendurar o quadro

Há uns cinco meses atrás eu comprei um quadro. Estava com meu colega de apartamento a caminho de um brechó, um rolê que ele tinha me chamado provavelmente numa tentativa de  tirar minha cabeça de algo que estava atravancando minha vida na época.

Para qualquer pessoa que o veja de agora em diante em uma das paredes do meu quarto, é só um objeto decorativo como outro qualquer: um quadro da minha série favorita. Um objeto inofensivo e sem grande profundidade à primeira vista.

Esse quadro ficou guardado por esses cinco meses no meu guarda-roupas. Continue Lendo “É hora de pendurar o quadro”

Héteros, perdoem-nos pela opressão e orgulhem-se!

Olá, homens e mulheres heterossexuais que têm “orgulho de ser hétero”.

Eu, como homossexual, peço desculpas a vocês por toda a opressão que causamos e que tornou necessário que vocês reafirmem esse tal orgulho por aí.

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A “lista” de cada um

Todo mundo tem uma espécie de “lista de pré-requisitos” na hora de se relacionar com outros indivíduos. Seja para fazer amizades, ter um relacionamento afetivo, formar alianças profissionais ou mesmo dar uns beijos numa balada qualquer, todos têm essa relação de atributos guardada na mente e coloca ela pra funcionar diante dessas e outras situações sociais.

Essas listas são formadas no nosso (sub)consciente de acordo com vários fatores: nossas experiências anteriores, valores familiares, crenças, traumas, preferências pessoais e por aí vai. Nossa cabeça cria projeções o tempo todo e essas projeções são bastante individuais. Com isso, inevitavelmente fantasiamos uma “vida perfeita”, que abrange uma carreira profissional de sucesso, a vida acadêmica com todos os êxitos possíveis, a caminhada matinal relaxante pelo parque acompanhado(a) pelos cachorros e, claro, o relacionamento dos sonhos com o(a) parceiro(a) ideal.

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Agora ou nunca

“Cantor de Tumblr” é um termo pejorativo que passou a habitar os fóruns e grupos sobre música nos últimos anos. Melanie Martinez, Troye Sivan, Tove Lo, Allie X e vários outros nomes conhecidos no “lado B” do pop podem ser enquadrados nessa categoria.

Além dos filtros instagramizados de seus photoshoots e da sonoridade que mescla sintetizadores eletrônicos, refrões com instrumentais marcantes e letras melodramáticas, outras características me chamam a ateção nos tais cantores de Tumblr. Eles soam como artistas desajustados, com pensamentos e sentimentos conflitantes, que oscilam entre a maturidade precoce à qual a vida os sujeitou e a infantilidade reprimida que vem à tona diante de determinados conflitos, especialmente na vida amorosa. Os cantores de Tumblr quase sempre são jovens adultos buscando seu lugar no mundo, passando por caminhos que não se encontram nem no “curtir a noite toda” e nem no “chorar em posição fetal”, ou talvez fiquem no meio termo entre ambos. Pode ser por isso que eles geram essa tal “preguiça” em quem está acostumado a ouvir apenas as divas pop do mainstream e, assim, se torna difícil que eles atinjam a massa e o topo dos charts.

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Ao menos reconheça: Anitta merece o sucesso que faz!

“Essa aí não passa dessa música (Show das Poderosas).”

“Vai sumir na mesma velocidade que apareceu.”

Quem é que não ouviu frases assim quando Anitta estourou nas rádios e baladas lá em 2013?

Acontece que, em 26 de maio de 2017, Anitta se apresentou em um dos mais tradicionais programas de entretenimento da TV norte-americana.

Você pode subestimar essa realização e procurar mil e um defeitos na performance, mas esse acontecimento foi um verdadeiro exemplo de realização que veio por meio de um trabalho competente e esforçado.

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A relação inversamente proporcional entre autoconhecimento e sofrimento

Lembro bem de uma coisa que minha terapeuta disse em uma das nossas primeiras sessões:

“Eu não prometo melhora, isso seria estelionato. Eu prometo autoconhecimento.

Na hora aquilo me pareceu absurdo e insuficiente. Eu estava sofrendo e queria melhorar, era simples assim! O que eu fui aprendendo com o passar do tempo e das sessões seguintes é que quanto mais a gente se conhece, menos a gente sofre, porque uma coisa é inversamente proporcional à outra.

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Escolha alguém que faça questão de te enturmar entre seus amigos

Existe um ponto chave na maioria dos relacionamentos que estão começando: a hora de apresentar o(a) seu(sua) “pretendente” aos amigos. É um momento que exerce uma inevitável pressão para todos os lados, mas especialmente para o(a) tal pretendente. É ele(a) que está inserido em um ambiente novo, com pessoas desconhecidas e, no meio disso tudo, existe aquela voz incessante que te diz que você precisa ser uma companhia agradável e conseguir se enturmar para “passar no teste”.

Do outro lado, não podemos ignorar o “elemento mediador” de tudo isso. Não existe fórmula exata ou regra de etiqueta que determine a maneira certa de conduzir essa situação. Afinal, ele tem ou não a obrigação de fazer o papel de “ponte” entre o grupo social do qual já faz parte e a pessoa que está tentando entrar nele?

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Afinal, o que é “seguir em frente”?

Quando terminamos um relacionamento, é muito comum ouvirmos coisas como “Você tem que sair, beber, dançar, se divertir” ou “Você só supera um amor colocando outro no lugar”. Na maioria das vezes, essas frases vêm carregadas de boas intenções por parte de nossos amigos e pessoas que nos querem bem. Mas será que é isso mesmo que a gente precisa para seguir em frente?

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O melhor fim de semana da minha vida

Quem conviveu comigo nesse meu último ano de vida sabe que foi um período… difícil. De mudanças. Mudanças que vieram com muitas lágrimas, muita dor e que foram deixando cicatrizes fortes ao longo do processo. Eu vivi o “inferno astral” mais intenso da minha vida. Então, naturalmente, eu tinha aquela esperança tola de que, ao finalmente adicionar um número à minha idade, uma nova fase ia começar e um “novo Aleph” ia nascer. Ao mesmo tempo, eu tinha plena consciência de que nada mudaria efetivamente só com a passagem de mais um ano, e cabia a mim buscar uma solução para tal má fase. Então, eu completei 23 anos na última sexta-feira mais ou menos assim: tendo consciência de que eu estava vivendo a maior (e pior) crise da minha vida até então, e buscando forças para celebrar isso.

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