Ser o melhor é bem mais gostoso que ser o único

Certa vez, durante uma pillowtalk bem gostosa, eu ouvi uma frase que me fez muito bem na hora e que desencadeou uma série de pensamentos na minha cabeça.

– Você é o melhor de todos.

Aquilo me deixou, simultaneamente, com muito tesão e com uma enxurrada de pensamentos sobre como o fato de eu gostar tanto de ouvir essa frase refletia minha relação com a monogamia e a exclusividade sexual.

Eu não faço questão de ser “o único” – pelo menos, não sexualmente. Na verdade, no meu íntimo, acho que nunca quis isso com ninguém, nem com meu primeiro namoradinho. Me tornar sexualmente exclusivo de alguém nunca me soou como uma conquista, nem mesmo como um passo para a frente em um relacionamento a dois. Saber que alguém reprime sua vontade de beijar e transar com outras pessoas porque ela está comprometida comigo nunca fez eu me sentir especial, querido ou seguro dentro de uma relação.

Por outro lado, ser “o preferido” de outra pessoa me passa uma sensação de afeto genuíno que o modelo monogâmico nunca me passou. Ser o escolhido para momentos como um jantar especial, assistir uma série juntos no Netflix, ou mesmo ficar em casa no mais absoluto tédio, quando o companheiro tinha a permissão de estar com outra pessoa, caso quisesse… Para mim, esses momentos têm muito mais significado e estão muito mais carregados de intimidade e cumplicidade do que uns beijos em uma festa ou umas transas casuais.

Por isso eu acho que me sinto tão bem em relacionamentos abertos. Viver uma relação assim é ter a liberdade de conhecer e experimentar diversas coisas (e pessoas), e mesmo assim optar por dividir sua intimidade, sua cumplicidade e seu cotidiano com uma pessoa só. Tudo isso livre de qualquer imposição ou construção social.

Nada contra a monogamia, mas ser “o melhor de todos” é bem mais gostoso que ser “o único”.

[Foto do post: Brian e Justin, de Queer as Folk.]

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